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UFFS Conecta Mulheres

UFFS Conecta Mulheres: educação como ferramenta de emancipação feminina

Conheça a trajetória da Yanara dos Santos Ribeiro, estudante do Campus Laranjeiras do Sul

Diretoria de Comunicação Social — 21 de Março de 2025 — Atualizado em 21/03/2025

UFFS Conecta Mulheres: educação como ferramenta de emancipação feminina

Yanara entrou na UFFS, no curso de Agronomia, com 32 anos. Atualmente, é aluna do mestrado em Agroecologia

A entrevistada desta sexta, no UFFS Conecta Mulheres, é Yanara dos Santos Ribeiro, uma estudante que teve a sua vida - e de sua família - transformada pela educação e pela UFFS. Formada em Agronomia pelo campus de Laranjeiras do Sul, a jornada acadêmica de Yanara começou em 2016 e, apesar das interrupções impostas pela pandemia, finalizou o curso de graduação em 2023. Ao abandonar uma carreira na área da saúde e optar por uma reabilitação profissional, Yanara não só reinventou seu percurso, como também integrou sua família neste novo capítulo - suas filhas estudam na UFFS e seu marido também já foi aluno - enfrentando preconceitos e barreiras sociais com coragem e determinação.

Sua história se relaciona de maneira única ao projeto UFFS Conecta Mulheres, que busca promover a inclusão, a emancipação e o protagonismo feminino no meio acadêmico e profissional. A experiência de Yanara reflete o espírito do projeto: o poder transformador da educação e a importância do apoio mútuo entre mulheres para romper com padrões e abrir caminhos inovadores.

UFFS: Você pode compartilhar como foi sua trajetória na UFFS, desde a graduação até o mestrado, e de que forma essa experiência impactou sua vida pessoal e profissional? 

Yanara: Minha trajetória na UFFS foi marcada por desafios, mudanças e uma grande transformação pessoal e profissional. Eu precisei mudar de carreira após uma experiência na saúde, quando, trabalhando no SAMU, percebi que aquela trajetória não me preenchia mais. Com muito apoio do meu companheiro, decidi me reabilitar profissionalmente e investir na minha formação em outra área. Eu passei na UFFS e em outra universidade, para outro curso. Foi um tio que me auxiliou a escolher Agronomia. Ele me disse na época: “cuidar do ambiente, das plantas, é também cuidar das pessoas”. E isso me tocou muito. Eu iniciei no curso de Agronomia em 2016, no Campus Laranjeiras do Sul, mas devido à pandemia precisei interromper os estudos por dois anos, retornando em 2021 para concluir a graduação – e me formei em 2023. Depois, em 2024, eu ingressei no Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, também na UFFS -Campus Laranjeiras do Sul. 

Eu entrei na UFFS com 32 anos, então isso já foi um desafio, pois meus colegas eram, e ainda são, muito mais novos E mudar para Laranjeiras do Sul significou, também, levar a minha família inteira – meu marido e minhas duas filhas – para viver um novo capítulo, enfrentando juntos o desafio de nos adaptar a uma cidade. Passamos por muitas situações delicadas e precisamos lidar com muito preconceito, por sermos uma família negra. Essa jornada acadêmica e pessoal, que incluiu a superação de obstáculos como o reconhecimento do meu direito à reabilitação profissional (após três anos de espera pelo INSS), foi fundamental para me impulsionar a crescer como mulher e profissional, ampliando minha visão de mundo e me conectando mais profundamente com as pessoas. 

UFFS: Na sua opinião, de que maneira a educação contribui para a emancipação das mulheres, especialmente considerando os desafios e as conquistas que você vivenciou ao longo do caminho?

Yanara: Para mim, a educação é a chave da emancipação. Ao ingressar na UFFS e escolher o curso de Agronomia, pude transformar minha trajetória e redefinir meu futuro. A universidade não apenas me proporcionou conhecimento técnico, mas também me ajudou a desenvolver uma postura mais autônoma e a aprender a dizer ‘não’ quando necessário – algo essencial para quebrar expectativas e padrões impostos para nós, mulheres. 

Essa experiência foi libertadora, pois me permitiu sair de uma carreira que não me realizava e abraçar uma nova paixão: cuidar da saúde das plantas e, indiretamente, da saúde das pessoas. Como mulher, e sendo negra, pude enfrentar barreiras e desafiar o machismo estrutural, descobrindo na educação uma ferramenta de empoderamento e autonomia. 

O acesso à educação transformou minha vida, abrindo portas para a emancipação e me capacitando para construir meu próprio caminho. Sempre acreditei que, como mulheres, precisamos unir forças e nos apoiar. Costumo dizer que é fundamental, sempre que possível, aproximar duas ou três mulheres para que juntas possamos nos incentivar e fortalecer. Muitas vezes, nos acomodamos no conforto do lar e esquecemos que lá fora existem inúmeros caminhos que nos levam a uma vida melhor e mais plena. Sinto uma liberdade imensa ao perceber que podemos romper com o comodismo, traçar novos rumos e transformar nossa realidade. O diálogo e a discussão são essenciais nesse processo, e a educação se revela um instrumento poderoso de emancipação e transformação para as mulheres. Então, que possamos ser mais empáticas umas para com as outras, pois o machismo é algo estrutural que deve ser quebrado com a força e organização feminina.

Eu também atuo no coletivo de frutas nativas do Laboratório Vivan, que tem mais de 56 famílias envolvidas da Região Cantuquiriguaçu. Eu trabalho com produtores e é emocionante ver como as mulheres envolvidas estão transformando essa realidade: elas não só geram renda com frutas que, de outra forma, seriam desperdiçadas – como guabiroba, jussara e abacaxi –, mas também estão assumindo um papel de liderança que antes era ocupado majoritariamente pelos homens. Hoje, elas coordenam reuniões e tomam as rédeas do coletivo, e eu me sinto privilegiada por contribuir para potencializar essa transformação, incentivando o protagonismo feminino na agricultura familiar.

UFFS: Como é a experiência de ter sua filha também estudando na UFFS? Quais reflexões você faz ao ver uma nova geração de mulheres seguindo seus passos na universidade?

Yanara: Atualmente eu tenho uma filha, a Aranay Santos Ribeiro que vai se formar em Agronomia, em 2026. Mas minha outra filha, Anahy Santos Ribeiro, é aluna da UFFS - Campus Realeza e meu marido, Cealdemir, também já passou pelos bancos da UFFS. Então eu tenho uma história muito boa com a UFFS, ela atravessa minha família. Mas ter uma filha também estudando na UFFS, no mesmo curso, é uma das maiores alegrias e fontes de inspiração da minha vida. Eu tenho muito orgulho! Ver a continuidade do nosso exemplo dentro da universidade reafirma que a educação realmente transforma. Minha filha mais velha, que está prestes a se formar e seguir para o estágio em Agronomia, e a outra, que migrou para Medicina Veterinária após uma transferência interna, demonstram que o acesso ao conhecimento abre caminhos e fortalece a autoestima e a autonomia das mulheres.

A experiência de acompanhar essa nova geração – que desde cedo convive com os desafios e a superação no ambiente universitário – reforça a importância de levar exemplos positivos para nossas famílias. Ao ver minhas filhas se dedicando e prosperando, sinto que estou contribuindo para um futuro melhor, onde o empoderamento feminino é cada vez mais uma realidade. Como mulher, sinto que meu exemplo de luta e superação, pautado pela autonomia conquistada por meio da educação, inspira minhas filhas e outras mulheres a romper barreiras e construir um futuro mais igualitário. Eu sempre digo, o conselho é bom, mas o exemplo arrasta.

Yanara e suas filhas, Aranay e Anahy, ambas estudantes da UFFS

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