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Imigrantes

Terceira edição de evento sobre migração celebra a diversidade na UFFS

Nos dias 18 e 19 de setembro, a Universidade sediou o III Seminário de Pesquisa sobre Migração e o III Encontro Sulbrasileiro dos Estudantes Imigrantes no Ensino Superior

Diretoria de Comunicação Social — 24 de Setembro de 2025 — Atualizado em 24/09/2025

Terceira edição de evento sobre migração celebra a diversidade na UFFS

Mesa oficial da abertura, realizada na noite de 18 de setembro

Nos dias 18 e 19 de setembro a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Chapecó sediou o III Seminário de Pesquisa sobre Migração e o III Encontro Sulbrasileiro dos Estudantes Imigrantes no Ensino Superior. Nos dois dias, houve intensa programação e uma verdadeira celebração da diversidade na UFFS, com a presença de estudantes de diferentes nacionalidades, pesquisadores e entidades que atuam na educação, no acolhimento e na defesa dos direitos das pessoas migrantes.

A presidente da Comissão Institucional do Pró-Imigrante, Rosenei Cella, que atuou na coordenação do evento, afirma que “ocorreram momentos de compartilhamento de experiências e diálogo entre diferentes entes, num exercício de escuta e de valorização do trabalho realizado por esse grupo de parceiros em conjunto com os estudantes. A parte cultural merece destaque, pois os estudantes UFFS apresentaram músicas, poesias e danças que encantaram a todos, como também contamos com grupos externos que se apresentaram e fizeram o encontro ainda mais emocionante”. Segundo ela, foram inscritos 46 trabalhos de pesquisa sobre migração e em breve serão publicados os anais com os resumos desses trabalhos.

De acordo com Rosenei, a UFFS tem buscado reunir o maior número possível de entidades para a realização deste evento. Nesta terceira edição foram, ao todo, 13 entidades envolvidas, o maior número entre todas as edições já realizadas. 

Daniela Farina contou como foi o processo de produção do filme "Efapi Boul"

Efapi Boul

Na noite do dia 18 foi realizada a abertura oficial do evento, que como primeira atividade teve uma breve apresentação do filme “Efapi Boul”, desenvolvido pela produtora chapecoense Três Quadros Filmes. Ele conta a história de um time de futebol formado por imigrantes haitianos no Brasil, pela perspectiva de quatro jogadores, durante um campeonato disputado em 2022. A apresentação foi feita pela diretora do documentário, Daniela Farina, que contou com a parceria de João Fernando Lucas na direção. 

De acordo com Daniela, o filme está circulando em festivais e foi selecionado pela mostra do Sesc neste ano. Na primeira semana de novembro ele será exibido no Sesc em Chapecó e também em Lages, Florianópolis e Joinville. O documentário deve seguir em exibição na mostra Sesc no ano de 2026. Para os interessados em conferir o filme, ele está disponível nas plataformas de streaming Primevideo e ClaroTV.


Apresentações culturais

A solenidade de abertura teve entre os destaques apresentações culturais de dança, poema e música. A estudante venezuelana Nesmadh Guzman apresentou a dança “Tambor venezuelano”, vestida com as cores da bandeira da Venezuela. O acadêmico haitiano Wilvens Antoine declamou um poema de sua autoria, em que destacou a luta de seu povo e dos imigrantes. E o grupo musical venezuelano Pentagrama Oriental apresentou canções tocadas com instrumentos típicos da música popular da Venezuela. 

Em sua fala, a vice-reitora da UFFS informou sobre os pontos de destaque de carta entregue pela Unifronteiras à comissão responsável pela elaboração do Plano Nacional de Educação 2025-2034

Mesa oficial

Compuseram a mesa oficial a vice-reitora da UFFS, Sandra Simone Hopner Pierozan, a pró-reitora de Graduação, Marilane Wolff Paim, a diretora de Políticas de Graduação, Solange Maria Alves, a presidente da Comissão Institucional do Pró-Imigrante, Rosenei Cella, o diretor-geral do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Giovani Ropelato, e o presidente do Comitê Pró-Imigrante, Wilvens Antoine.

Em sua fala, a pró-reitora de Graduação ressaltou a importância de a universidade viver a diversidade e ter abertura para conhecer e acolher os migrantes. “Paulo Freire sonhou com uma educação com equidade, com inclusão, com capacidade de aceitação do outro, independente de quem seja esse outro. O Freire diz para nós que a beleza e a boniteza do ser humano é a sua certeza da inconclusão. Se nós somos sujeitos inconclusos, nós temos a capacidade de aprender com o outro. É nesse sentido que esse evento nos faz pensar, ser melhor e aprender com cada um”, comentou Marilane. 

A vice-reitora da UFFS destacou que a UFFS faz parte de uma rede de universidades denominada Unifronteiras, criada 2024, e que uma das primeiras ações da entidade foi a entrega de uma carta para a comissão que está elaborando o Plano Nacional de Educação 2025-2034, durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, no último dia 21 de agosto. O tema da audiência foi “Desafios da educação pública para migrantes em território brasileiro”. 

Sandra pontuou alguns dos itens que constam na carta entregue pela Unifronteiras à comissão, entre eles estão: - matrícula e permanência: garantir que 100% das crianças e jovens migrantes estejam matriculados e frequentando a educação básica até 2030, com programas de acolhimento e combate à xenofobia; - formação docente intercultural: capacitar os professores das redes que recebem migrantes para a educação intercultural e o ensino de português como língua adicional e como língua de acolhimento até 2034; - acesso ao ensino técnico e superior: dobrar, até 2034, a participação de migrantes no ensino técnico, na graduação e na pós-graduação com atenção especial às fronteiras; - instituições federais nas fronteiras: implantar, até 2028, programas estruturados de acolhimento, formação e integração de migrantes em todas as universidades e institutos federais localizados nas fronteiras; - dados e monitoramento: incluir, até 2026, variáveis sobre a nacionalidade, sobre a língua materna e sobre o histórico escolar prévio no sistema de informação educacional com divulgação anual; - continuidade educacional: criar, até 2028, mecanismos nacionais a acordos internacionais que garantam a continuidade dos estudos de migrantes mesmo em deslocamento; - políticas linguísticas: implementar, até 2030, políticas que assegurem ensino de português como língua adicional e língua de acolhimento e valorização das línguas maternas, promovendo o bilinguismo e a interculturalidade. 

“Os impactos que nós esperamos dessas metas são: a inclusão plena de migrantes no sistema educacional brasileiro; o fortalecimento do papel estratégico das instituições federais nas fronteiras; a melhoria dos indicadores de permanência e conclusão escolar entre migrantes; a promoção da diversidade cultural e linguística como um valor nacional; o alinhamento do Brasil aos compromissos internacionais de direitos humanos e de desenvolvimento sustentável”, completou Sandra. 

“O Plano Nacional de Educação, que é um planejamento para uma década para a educação brasileira, está prevendo um atendimento específico para os migrantes, quando eles chegam aqui no Brasil e como eles vão ser atendidos nas escolas e nas universidades. Fazer isso de forma fragmentada é importante, as ações locais são importantes, mas isso coordenado nacionalmente também mostra como o Brasil lida com isso, como o Brasil se coloca proativo”, disse a vice-reitora, lembrando que em breve será aberto um novo processo seletivo Pró-Imigrante na UFFS (link para o edital do seletivo). 

Paulo Illes afirmou que a expectativa é que ainda este ano seja aprovada a política de migração brasileira

Conferência

Após a abertura oficial, foi realizada a conferência “Panorama dos movimentos migratórios atuais e as políticas brasileiras de acolhimento e direitos dos imigrantes”, com Paulo Illes, fundador e atual diretor executivo do Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante e coordenador geral da Rede Sem Fronteiras. Esta foi a terceira participação dele no evento promovido pela UFFS. Elysa Tomazi, promotora do Ministério Público do Trabalho, foi responsável pela mediação. 

Illes contou que na última vez que esteve na UFFS estava bastante empolgado, pois naquela mesma semana havia sido fechada a primeira proposta de minuta da política de migração brasileira, da qual participou ativamente. “Eu estive no Ministério da Justiça há umas três semanas, conversei com a diretora do Departamento de Migração e nessa oportunidade eu questionei como está a política. E eu saí de lá com uma boa impressão, porque espera-se que saia ainda neste ano. Ela já estaria com o presidente Lula, pois ela já teria passado por toda a consulta interministerial, que foi onde eu a deixei”, disse.

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