Compuseram a mesa oficial a vice-reitora da UFFS, Sandra Simone Hopner Pierozan, a pró-reitora de Graduação, Marilane Wolff Paim, a diretora de Políticas de Graduação, Solange Maria Alves, a presidente da Comissão Institucional do Pró-Imigrante, Rosenei Cella, o diretor-geral do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Giovani Ropelato, e o presidente do Comitê Pró-Imigrante, Wilvens Antoine.
Em sua fala, a pró-reitora de Graduação ressaltou a importância de a universidade viver a diversidade e ter abertura para conhecer e acolher os migrantes. “Paulo Freire sonhou com uma educação com equidade, com inclusão, com capacidade de aceitação do outro, independente de quem seja esse outro. O Freire diz para nós que a beleza e a boniteza do ser humano é a sua certeza da inconclusão. Se nós somos sujeitos inconclusos, nós temos a capacidade de aprender com o outro. É nesse sentido que esse evento nos faz pensar, ser melhor e aprender com cada um”, comentou Marilane.
A vice-reitora da UFFS destacou que a UFFS faz parte de uma rede de universidades denominada Unifronteiras, criada 2024, e que uma das primeiras ações da entidade foi a entrega de uma carta para a comissão que está elaborando o Plano Nacional de Educação 2025-2034, durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, no último dia 21 de agosto. O tema da audiência foi “Desafios da educação pública para migrantes em território brasileiro”.
Sandra pontuou alguns dos itens que constam na carta entregue pela Unifronteiras à comissão, entre eles estão: - matrícula e permanência: garantir que 100% das crianças e jovens migrantes estejam matriculados e frequentando a educação básica até 2030, com programas de acolhimento e combate à xenofobia; - formação docente intercultural: capacitar os professores das redes que recebem migrantes para a educação intercultural e o ensino de português como língua adicional e como língua de acolhimento até 2034; - acesso ao ensino técnico e superior: dobrar, até 2034, a participação de migrantes no ensino técnico, na graduação e na pós-graduação com atenção especial às fronteiras; - instituições federais nas fronteiras: implantar, até 2028, programas estruturados de acolhimento, formação e integração de migrantes em todas as universidades e institutos federais localizados nas fronteiras; - dados e monitoramento: incluir, até 2026, variáveis sobre a nacionalidade, sobre a língua materna e sobre o histórico escolar prévio no sistema de informação educacional com divulgação anual; - continuidade educacional: criar, até 2028, mecanismos nacionais a acordos internacionais que garantam a continuidade dos estudos de migrantes mesmo em deslocamento; - políticas linguísticas: implementar, até 2030, políticas que assegurem ensino de português como língua adicional e língua de acolhimento e valorização das línguas maternas, promovendo o bilinguismo e a interculturalidade.
“Os impactos que nós esperamos dessas metas são: a inclusão plena de migrantes no sistema educacional brasileiro; o fortalecimento do papel estratégico das instituições federais nas fronteiras; a melhoria dos indicadores de permanência e conclusão escolar entre migrantes; a promoção da diversidade cultural e linguística como um valor nacional; o alinhamento do Brasil aos compromissos internacionais de direitos humanos e de desenvolvimento sustentável”, completou Sandra.
“O Plano Nacional de Educação, que é um planejamento para uma década para a educação brasileira, está prevendo um atendimento específico para os migrantes, quando eles chegam aqui no Brasil e como eles vão ser atendidos nas escolas e nas universidades. Fazer isso de forma fragmentada é importante, as ações locais são importantes, mas isso coordenado nacionalmente também mostra como o Brasil lida com isso, como o Brasil se coloca proativo”, disse a vice-reitora, lembrando que em breve será aberto um novo processo seletivo Pró-Imigrante na UFFS (link para o edital do seletivo).
