Três acadêmicos do Grupo de Horticultura da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Laranjeiras do Sul conquistaram o 2º lugar no Hackathon Fruit Cultura 2025, realizado entre os dias 8 e 14 de setembro, em Cascavel/PR. O evento reuniu estudantes de diversas áreas – como engenharia, ciências agrárias, design e tecnologia – para desenvolver soluções integradas para toda cadeia produtiva da fruticultura, desde o cultivo até a comercialização, com foco em inovação e tecnologia.
O hackathon foi organizado pelo Espaço Impulso, por meio do Itaipu ParqueTec, em parceria com a Coopavel e o CREA-PR. O objetivo é incentivar a inovação e diversificar a produção agrícola no Oeste do Paraná, aproveitando o potencial da região para impulsionar a fruticultura e gerar oportunidades tanto para agricultores quanto para empresas interessadas em investir no setor.
A criatividade, a dedicação e a capacidade de trabalho em equipe dos estudantes da UFFS foram reconhecidas por especialistas e produtores, levando a equipe à conquista do segundo lugar na competição. O grupo foi formado pelos acadêmicos de Agronomia Luiz Gustavo Nogueira, Gabriel Borges e Felipe Demario, todos integrantes do Grupo de Horticultura, que desde 2016 desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão voltadas ao cultivo e ao manejo pós-colheita em horticultura. Essa experiência foi essencial para a construção das ideias apresentadas, oferecendo uma base sólida de conhecimento técnico e prático.
A proposta de inscrição de uma equipe que representasse o Grupo de Horticultura da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul surgiu a partir de convites recebidos pela coordenadora do Grupo, a professora Cláudia Lima. “Ao perceber o potencial da participação, analisei os perfis dos integrantes do grupo e identifiquei aqueles que tinham afinidade com a proposta do desafio. Após essa conversa, os acadêmicos se mostraram interessados e realizaram a inscrição. Foi uma oportunidade sugerida e incentivada por mim, mas abraçada com entusiasmo pelos estudantes”, relata a docente.
Segundo Cláudia, a participação no Hackathon foi muito mais do que uma simples competição: “o evento proporcionou aos estudantes o desenvolvimento de competências importantes, como dicção, oratória e capacidade de argumentação em público, além de estimular o trabalho em equipe e a criatividade na resolução de problemas. O contato com profissionais e colegas de outras instituições ampliou o network e possibilitou uma visão mais abrangente sobre toda a cadeia produtiva da fruticultura. Dessa forma, o Hackathon contribuiu de maneira significativa para a formação acadêmica e profissional, unindo teoria e prática, inovação e empreendedorismo”.
Ela também reforça que o resultado consolida o trabalho do grupo: “a conquista do 2º lugar é reflexo da dedicação e da experiência acumulada pelos integrantes, alguns dos quais já participam do grupo há quatro anos. O resultado fortalece os vínculos internos, motiva a continuidade dos projetos e desperta o interesse de novos acadêmicos em participar. Para a UFFS, o resultado traz visibilidade e reforça a imagem da instituição como um espaço de inovação, competência e comprometimento com a formação integral dos estudantes”.
Os estudantes compartilharam suas experiências: “foi uma experiência maravilhosa, fomos muito bem recebidos. Sabíamos da dificuldade que tínhamos ao conciliar as mentorias com as aulas e também da capacidade dos nossos adversários, então chegar a esse resultado foi de extrema alegria. A etapa on-line foi difícil justamente por coincidir com nossos horários de aula, mas o companheirismo entre os integrantes fez a diferença: cada vez que um não podia participar, o outro assumia e depois repassava para o grupo. Essa conquista gera muita motivação para continuarmos cada vez mais empenhados na carreira agronômica e também na parte pessoal, que faz com que acreditemos mais em nós mesmos e em nossa capacidade de realizar coisas grandes”.
A professora Cláudia destaca que o tempo reduzido para elaborar soluções criativas, a necessidade de integração entre diferentes ideias e a pressão natural de uma competição exigiram dos participantes organização, resiliência e capacidade de adaptação rápida. Essa percepção é reforçada pelos estudantes, que destacam como foi desafiador apresentar a proposta diante de especialistas e agricultores: “enfrentar a dificuldade de demonstrar uma ideia em tão pouco tempo foi um grande desafio, e ver vários profissionais da área nos deixou um pouco apreensivos, mas, de maneira geral, conseguimos exemplificar bem a proposta”.
A solução desenvolvida pela equipe da UFFS consistiu na criação de um chatbot no WhatsApp para aproximar agricultores de cooperativas, agroindústrias e comércios. O diferencial está na integração com inteligência artificial (via rede neural conectada ao ChatGPT), que possibilita a comunicação mesmo com comandos incompletos ou escritos incorretamente. O sistema também prevê a identificação da localização de agricultores e agroindústrias por triangulação, facilitando a conexão entre os elos da cadeia produtiva. “Acreditamos que a proposta tem muito potencial, considerando que a maioria dos agricultores já utiliza o WhatsApp. Isso garante praticidade, rápida disseminação e grande aderência”, explicam os acadêmicos.