A percepção de que os debates sobre diversidade, direitos humanos e respeito às diferenças precisam ultrapassar os limites da universidade e alcançar a comunidade em geral, motivou a elaboração, em 2024, do projeto de extensão "Diálogos de diversidade, políticas públicas e cidadania: tecendo redes de humanização e conhecimento", na UFFS – Campus Cerro Largo. “Em um contexto marcado pela ascensão de discursos neoconservadores e pelo aumento de manifestações racistas, xenofóbicas e fascistas, vimos a necessidade de criar um espaço coletivo de diálogo, reflexão e troca de experiências”, comenta a coordenador do projeto, o professor Edemar Rotta.
Conforme o coordenador, o projeto iniciou com a proposta de aproximar universidade e sociedade, mobilizando diferentes setores sociais em torno de temas ligados à cidadania, políticas públicas, cultura, patrimônio histórico, diversidades e justiça social. “Mais do que discutir conceitos, buscamos promover valores como dignidade humana, respeito e convivência, além de fortalecer a integração entre programas de pós-graduação e as realidades sociais da região, de modo que o conhecimento produzido na academia gere impacto direto e positivo na vida das pessoas”, pontua.
Segundo o professor Rotta, ao longo de 2024 foram realizadas diversas atividades que acabaram não se limitando ao formato planejado inicialmente pelo projeto e se expandiram por diferentes espaços e públicos. “Até o momento, de 2024 pra cá, já foram realizadas mais de 25 atividades, conduzidas por um grupo de pesquisadores que se deslocaram até escolas e instituições como o IFFar, a Promotoria de Justiça, Sindicatos e diferentes espaços da região. Nessas ocasiões, oferecemos palestras, formações, oficinas e momentos de diálogo com estudantes, educadores e profissionais, abordando temas como racismo, cotas raciais, direitos da população LGBTQIA+, diversidades, violência contra a mulher, povos indígenas, direitos humanos, patrimônio cultural e políticas de memória histórica”, relata o coordenador.
“Em 2025 o projeto ganhou ainda mais amplitude, com uma programação que inclui atividades sobre inclusão educacional, políticas públicas para as mulheres, religiões de matriz africana, movimentos LGBTQIA+, racismo e ações afirmativas, patrimônio cultural e direitos indígenas, entre outras. Hoje, as ações do projeto se estendem para diferentes municípios da região, como Cerro Largo, Santo Ângelo, São Gabriel, Santa Rosa, São Luiz Gonzaga e São Borja. Essa agenda, que segue até final do mês de outubro, mostra a vitalidade do projeto e reafirma seu caráter itinerante e participativo, capaz de se reinventar de acordo com as demandas sociais que emergem em cada localidade”, destaca o professor.