O projeto “Saúde nas Fronteiras da Agricultura e Tradição: Inquéritos de Saúde em Populações Rurais Brasileiras”, coordenado pela professora Jane Kelly Oliveira Friestino, da UFFS – Campus Chapecó, foi aprovado na Chamada CNPq/Decit/SECTICS/MS n° 29/2024, cujo resultado final foi divulgado no dia 6 de dezembro. Com a aprovação, o projeto receberá um investimento de R$ 980.320,00 para o desenvolvimento da pesquisa, que envolverá o trabalho de 24 pesquisadores de cinco instituições de ensino do país.
Como explica Jane, o projeto foi desenhado para ser multicêntrico e abranger a diversidade da população rural brasileira. Assim, será possível ter contato, por exemplo, com membros da agricultura familiar, ribeirinhos, moradores do sertão, quilombolas e também com pessoas envolvidas com o agronegócio. “O nosso projeto tem a intenção de atingir as cinco regiões do Brasil”, destaca. Para isso, serão envolvidos pesquisadores da UFFS, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do Centro Universitário de Viçosa (Univiçosa).
O primeiro passo, após a aprovação do projeto, será a realização de reuniões com os pesquisadores das cinco instituições envolvidas, para o planejamento e delineamento do trabalho de pesquisa, que será baseado em entrevistas com a população rural. “Vai ser um inquérito das condições de saúde da população rural, versando sobre a alimentação saudável, o uso de agrotóxicos, as condições de doenças crônicas como câncer e hipertensão. Trabalharemos também com questões de saúde mental”, comenta a coordenadora.
De acordo com Jane, cada uma das instituições envolvidas vai trabalhar com a população rural de um município específico. A UFFS fará o estudo em Chapecó, a UFAM em Coari, a UFRN em Caicó, a UFMT em Cuiabá e a Univiçosa no município de Viçosa. A professora destaca que a ideia do projeto é, justamente, trabalhar com cidades que não fazem parte do centro das pesquisas feitas no país. Para ela, esse foi um fator importante para a aprovação na chamada e os recursos serão fundamentais para que os pesquisadores consigam chegar até o público-alvo da pesquisa. O tempo total de execução do projeto será de três anos.
“Este projeto tem como um dos produtos fortalecer que as condições de saúde dessa população sejam incluídas nos planos municipais de saúde. Vamos, dentro dessa perspectiva, traçar um modelo epidemiológico para apontar quais são as necessidades dessa população. Frisamos muito no projeto que essa é uma população muitas vezes negligenciada, pela dificuldade de acesso à informação a respeito das condições de vida, pelo acesso logístico e geográfico. Também vamos fomentar a pesquisa na UFFS e o projeto vai possibilitar a inserção de estudantes de graduação e pós-graduação”, pontua a professora.
