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UFFS – Campus Chapecó recebe segunda reunião da RCEPRS/SC

Rede Cooperativa Estadual de Pesquisa em Resíduos Sólidos é composta por pesquisadores de nove Instituições de Ensino Superior de SC

Assessoria de Comunicação - Campus Chapecó — 17 de Março de 2025 — Atualizado em 17/03/2025

UFFS – Campus Chapecó recebe segunda reunião da RCEPRS/SC

Apresentações das atividades, trocas de experiências a alinhamento das ações de pesquisa, além da visita à ONG Verde Vida. Foi essa a programação de sexta-feira (14) e sábado (15) de pesquisadores que fazem parte da Rede Cooperativa Estadual de Pesquisa em Resíduos Sólidos (RCEPRS/SC) na UFFS – Campus Chapecó. 

Esta foi a segunda reunião do grupo, que, financiado pela Fapesc, está levantando dados nas várias regiões de Santa Catarina para a montagem de um diagnóstico sobre resíduos sólidos no estado. A intenção é que o trabalho subsidie a atualização do Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Santa Catarina. 

Nove instituições de Ensino Superior formam a RCEPRS/SC. O projeto prevê a pesquisa sobre a geração, o manejo e a destinação de resíduos sólidos, e a consolidação dos dados em um diagnóstico englobando todos os 295 municípios catarinenses. O grupo ainda proporá cenários para subsidiar a revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS/SC). Na mesorregião Oeste catarinense – sob a coordenação geral da professora da UFFS – Campus Chapecó, Rosiléa França – UFFS, Unochapecó e Unoesc Joaçaba farão pesquisas em 118 municípios. Cabe à equipe da UFFS o levantamento de dados de 45 municípios. 



O coordenador geral da pesquisa, professor da UFSC, Armando Borges de Castilhos Jr, falou sobre os desafios e a importância do trabalho da RCEPRS/SC 


A sua atuação é histórica e notável em relação a resíduos sólidos na academia. Qual a sua motivação, então, nesse momento, em dirigir essa pesquisa estadual que é de um porte bem grande uma pesquisa bastante intensa? 

Verdade. Esse é, na verdade, um grande desafio que foi colocado pelo edital no início de 2024, e a gente entendeu a importância do edital e da proposta de realizar a revisão do plano, então encaramos esse desafio. E um desafio não só em termos da relevância do projeto, da relevância da proposta, mas também da relevância de poder trabalhar em rede cooperativa, e foi uma ideia nossa, da rede cooperativa. Então, agrupar diferentes universidades em diferentes regiões de Santa Catarina é um grande desafio, mas é um desafio que eu acho que todos nós encaramos como extremamente necessário e extremamente positivo. Definir, escolher as pessoas corretas, as pessoas com competência, que esse foi o critério, dentro das mesorregiões catarinenses, e, no caso, a equipe da professora Rosileia, aqui na Universidade Federal da Fronteira Sul. 


E a sua motivação pessoal, enquanto pesquisador? 

Eu estou há muitos anos dentro da academia, e a minha vida foi feita dentro dessa área de resíduos sólidos, e entendi, naquele momento da constituição do projeto e da rede cooperativa, que era um fator motivador. Sua pergunta é bastante importante, porque eu estava com a perspectiva de me aposentar, e esse projeto me motivou muitíssimo, de novo, pela relevância social, econômica e ambiental, e também pela oportunidade de trabalhar em rede com os pesquisadores das mesorregiões. 



Nesse sentido, me fala um pouquinho mais sobre o impacto da pesquisa para a comunidade, e também quais as melhorias esse diagnóstico pode trazer para os catarinenses, para a vida dos catarinenses como um todo. 

A área de resíduos permeia vários setores sociais, como, por exemplo, um setor extremamente importante, que são os catadores de materiais recicláveis. Segundo os últimos dados, são em torno de um milhão de pessoas no país que ganham a vida através da atividade de catação. O setor de resíduos também envolve setores industriais, que fazem o processamento dos materiais que são coletados seletivamente, então a indústria é impactada fortemente, e isso também, obviamente, do ponto de vista econômico. Temos os operadores de aterros, centrais de compostagem, das novas tecnologias que estão surgindo, como, por exemplo, pirólise, que temos unidades já em Santa Catarina, então permeia o setor econômico. 

Mas, fundamentalmente, quando a gente pensa na atividade de resíduos, a gente está pensando na gente, nós, cidadãos, somos produtores de resíduos, e nós temos a responsabilidade de gerenciar corretamente isso. Não eu como uma pessoa física, mas quando eu pago a minha taxa de coleto de resíduos, junto com o meu IPTU, que todos nós fazemos dessa maneira ou de outras formas, eu estou transferindo ao poder público a responsabilidade de gerenciar corretamente o resíduo que eu produzo. Então, isso é bastante importante que cada cidadão, pelo princípio do poluidor pagador, que é o princípio que nos rege aqui no Brasil, ou seja, quem polui paga o preço da despoluição, que nós tenhamos consciência disso, e isso, em termos de resultados finais do projeto, vai impactar na vida de cada um de nós, em termos de uma melhor, adequada e correta gestão dos resíduos nos municípios catarinenses. 


O que o senhor pode falar sobre a importância dessas atividades estarem acontecendo de maneira integrada entre as universidades e também integração com o poder público? 

Vários projetos de pesquisa são desenvolvidos, são gerenciados individualmente por pesquisadores, e a outra alternativa é justamente essa das redes. As redes de pesquisa são interessantes porque elas saem do aspecto da competição entre os pesquisadores e entram no espírito da cooperação, do trabalho conjunto. Eu tenho certeza que esses trabalhos resultantes dessas redes cooperativas, como é o caso desse projeto de pesquisa financiado pela FAPESC, são potencializados e muito com esse trabalho cooperativo. 

E mais, como disse o pró-reitor de pesquisa aqui da Federal da Fronteira Sul, para o senhor Joviles, trabalhar com universidades no interior do estado de Santa Catarina, com a Fronteira Sul, com a UDESC em Lages, com o IFSC de Garopaba, que está lá numa cidadezinha pequena, com as suas repercussões turísticas, ou aqui no oeste de Santa Catarina, é extremamente importante porque, novamente, todos ganhamos conhecendo a realidade de cada mesorregião e cada mesorregião, cada equipe, trazendo as suas competências e os seus conhecimentos, e que melhoram o trabalho de todos nós. 


Era essa a pergunta que eu ia fazer agora, justamente: Santa Catarina tem uma indústria diversificada, mas também tem culturas e particularidades em cada mesorregião. Nesse sentido, trabalhar por mesorregião também é uma vantagem, digamos, para a rede? 

Ela é uma vantagem para a rede e temos que aplaudir também a FAPESC nesse sentido, porque a FAPESC disse que tem que ser por mesorregiões. Isso, de uma certa forma, melhora e democratiza o acesso das instituições aos recursos, no caso estaduais, para não concentrar em algumas universidades, então essa é uma forma de garantir a participação das instituições de ciência e tecnologia das mesorregiões, mas também melhora, como respondi na questão anterior, essa integração entre as universidades, que é extremamente interessante. Eu estou, por exemplo, cooperando através desse projeto com a Unesc, que eu não havia trabalhado, digamos assim, oficialmente, ou com a Univille, lá na região norte, ou com a Udesc de Lages, que a gente tem trocas de alunos, etc.. Enfim, potencializa esses trabalhos de cada um de nós representantes dessas instituições, e assim, ganhamos todos. 


E agora, falando sobre futuro, eu sei que o trabalho está apenas no início, tem uma longa jornada ainda pela frente, mas pensando no potencial desse diagnóstico, primeiro, sobre as pesquisas que ele pode gerar, e também o que se espera do próximo Plano Estadual de Resíduos Sólidos, a partir de todo esse levantamento tão específico e tão aprofundado em cada município do Estado. 

Eu poderia responder apontando três direções. A primeira, que é a responsabilidade, primeira nossa, é a formação de recursos humanos. Então, formar os nossos alunos de iniciação científica, que estão lá fazendo engenharia, biologia, química, e que participam do projeto, formar mestres e doutores dentro dos programas de pós-graduação, como a gente já viu, o pessoal já inseriu mestrandos e doutorandos nesse trabalho. Então, cumprir um objetivo das universidades federais, dentro dos projetos de pesquisa, que é formar recursos humanos para trabalhar nessa temática tão importante. 

O segundo ponto, ainda como resultado, é, através dessa rede cooperativa, potencializar futuros trabalhos conjuntos. Eu acho que isso é fundamental, temos pessoas competentes, temos possibilidades que já nessas conversas com o Ministério das Cidades, Ministério do Meio Ambiente, já se vislumbra necessidades. Vou citar um exemplo só: as respostas dos municípios a esses levantamentos que o Ministério das Cidades efetua, para justamente ter os dados do SINISA, a gente já verificou que as respostas têm um déficit, até pela ausência de conhecimento dos respondedores nos municípios, nos 295 municípios. A gente já está em conversas com o Ministério das Cidades para formar essas pessoas, cursos de formação rápida, para dar as noções básicas na área de resíduos, porque muitos respondedores não são da área. Então isso é um trabalho futuro que a rede pode fazer, financiado pelo Ministério das Cidades. A rede pode desenvolver esse trabalho, que é um trabalho futuro de colaboração, para justamente termos inventários feitos pelo Ministério das Cidades, mais claros e mais robustos em termos de respostas. 

A terceira questão é a revisão do Plano Estadual de Resíduos Sólidos. Essa é uma preocupação, claro. Nós estamos agora numa fase de diagnóstico, já fizemos o levantamento de dados secundários, que é o que existe, é disponível. Agora estamos indo aos municípios e depois a terceira etapa nossa é justamente essa de traçar os cenários, ou seja, aquilo que nós levantamos, o que deve ser feito em cima, obviamente, do plano existente. A gente precisa entender que nós não vamos fazer um novo plano, nós vamos revisar o plano atual, que já tem suas metas, já tem seus objetivos, então a ideia é checar essas metas, se essas metas foram alcançadas, se elas não foram alcançadas, e fazer proposições, claro, alinhadas com o plano existente, mas também à luz das novas tecnologias, dos novos tempos, das novas discussões, as mudanças climáticas, a economia circular, a descarbonização da economia. Tudo isso tem relação com resíduos, e esses são novos conceitos que não eram discutidos lá em 2016, quando o plano foi elaborado, então, repetindo, descarbonização, mudanças climáticas e economia circular são conceitos novos, e que têm que ser incorporados à gestão de resíduos sólidos. Essa eu acho que é uma boa perspectiva que a rede pode contribuir dentro dessa proposta de revisão do Plano Estadual.

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